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CUIDAR DOS NOSSOS IRMÃOS COM CARINHO, ATENÇÃO E AMOR, É COMUNGAR COM A LEI DIVINA! |
“NÃO TE ENVERGONHES SE, ÀS VEZES, OS ANIMAIS ESTEJAM MAIS PRÓXIMOS DE TÍ DO QUE AS PESSOAS, ELES TAMBÉM SÃO SEUS IRMÃOS.”
Francisco de Assis |
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POR QUE MALTRATAR SEU IRMÃO?
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Pois bem, amigo leitor, conforme nosso frontispício, queremos chamar à atenção dos amigos para a importância do assunto.
Sim, os animais também são nossos irmãos. Portanto, cabe ao ser humano a responsabilidade, perante as Leis Divinas, de acolhê-los, ampará-los, dar-lhes carinho, alimentá-los, cuidar-lhes da saúde e mantê-los com amor, até o momento da sua grande viagem, ou seja, o retorno à pátria espiritual.
E porque devemos ter este cuidado todo com um simples animal? Frase esta, que já ouvi diversas vezes. E a resposta, certamente, é a que a Doutrina Espírita nos ensina, ou seja:
-Ninguém pode negar que os animais também são criaturas de Deus: somente por esse fato, como irmãos maiores, teríamos o dever de respeitá-los, protegê-los e amá-los.
-O animal é um princípio espiritual e, portanto, sobrevive à morte do corpo físico.
-É uma criatura em evolução, isto é, está submetido à Lei da reencarnação.
-É um ser que tem livrearbítrio, ainda que limitado às suas necessidades físicas. E tem sentimentos: sente dor, sente medo, percebe quando é bem tratado e, igualmente, quando é maltratado.
Portanto, conclui-se que, o ser humano para evoluir, necessita praticar o bem. A frase “fora da caridade não há salvação”, dita pelos Espíritos da Codificação ao mestre Allan Kardec, é bem expressiva e coloca a espécie humana na condição de exercê-la, obviamente, também aos nossos animais. E disse Jesus: “Quando o fizerdes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim estareis fazendo.”
Caro leitor, participamos do recém criado “Grupo de Apoio Atitude e Consciência Animal”. Este grupo tem como objetivo resgatar os animais das ruas; tratá-los com ajuda veterinária, restituir-lhes a saúde e providenciar-lhes um lar, na busca de adotantes. Portanto, posso informá-los que, lamentavelmente, aqui em nossa cidade, o abandono, o desrespeito e a crueldade aos animais grassam de uma forma incrível! Portanto, o artigo de hoje, na verdade, é mais um apelo do que uma informação. Vamos pensar sobre isso e acima de tudo AGIR. Lembre-se: não existe animal de rua, e sim, animal abandonado. Por favor, nunca abandone o seu melhor amigo, ampare-o em sua velhice, assim você amigo leitor, estará comungando com as Leis Divinas!
Muita paz a todos!
Antonio Tadeu Minghin – Centro Espírita Dr.Mariano Dias –
Reuniões públicas: 2ª.-4ª. e 5ª.feira: 20h00
PRINCÍPIO INTELIGENTE
Chama-nos a atenção, a quantidade de vezes em que aparece em O Livro dos Espíritos, em
versão eletrônica, o vocábulo “Inteligência”. Cento e quarenta e quatro vezes, quando
“Amor” aparece oitenta vezes, e “Princípio Inteligente“, que é a definição de Espírito,
dezesseis vezes.
O espírito, que é criado simples e ignorante, e que tem como objetivo a perfeição, está
inserido na Lei do Progresso, o que significa desenvolver sua inteligência.
O espírito Ferdinando, espírito protetor, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos fala
da missão do homem inteligente na Terra, primeiro nos alertando que por mais que
saibamos, este saber tem limites muito estreitos na Terra, e em seqüência, que o uso deve
ser para o bem de todos.
Mas, o que é ser inteligente?
O Homem tem buscado entender e quantificar a inteligência há muito tempo, mas foi no
século XX que as pesquisas e descobertas se desenvolveram.
Em 1905, Alfred Binet e Theodore Simon criaram a Escala Binet-Simon, usada para
identificar crianças com deficiência no aprendizado escolar. Baixos resultados indicavam
uma necessidade de intervenção mais aprofundada dos professores, mas não significava
inabilidade para a aprendizagem. Alcançou enorme sucesso.
Em 1912, Wilhelm Stern propôs o termo “QI” (quociente de Inteligência) para representar
o nível mental, e introduziu os termos “idade mental” e “idade cronológica”, e o QI seria
determinado pela divisão da idade mental pela idade cronológica. Com o passar dos anos,
alguns ajustes ocorreram, e finalmente em 1939, David Wesheler criou o primeiro teste de
QI para adultos.
Durante quase todo o século XX o Homem maravilhou-se com o QI, e o utilizou
largamente, identificando os mais diversos níveis de inteligência, endeusando, não poucas
vezes, os portadores de altas pontuações, alçando-os a posições de destaques na sociedade,
nos meios políticos e profissionais, e relegando, quase à marginalidade, os portadores de
níveis normais e infranormais, quando não, manipulando-os segundo seus interesses.
Mas, assim como as grandes inteligências provocaram as grandes descobertas, produzindo
o progresso tecnológico humano, produziram também catástrofes em larga escala – as
grandes e pequenas guerras, por exemplo, produzindo dores e prejuízos sem monta. E todos
nós conhecemos pessoas inteligentíssimas que não são felizes, que possuem dificuldade de
socialização, e outras simplórias, segundo a escala do QI, que são felizes e fazem os outros
felizes.
Deduzimos então, que ser portador de alto índice de QI não é suficiente para dar ao homem
o de que necessita para se sentir completo. Falta-lhe algo mais.
Na década de 1990, surgiu um outro tipo de inteligência, a “Inteligência Emocional”,
denominada QE, cujo principal defensor, o norte-americano Daniel Goleman, trabalha a
idéia de que o controle emocional contribui para o desenvolvimento da inteligência do
indivíduo, e que a situação de violência e criminalidade do mundo de hoje é reflexo da
cultura que se preocupou com o QI, esquecendo-se do lado emocional do ser humano. É
preciso trabalhar as emoções, corrigindo as reações instintivas, utilizando-as
inteligentemente, controlando e evitando as negativas, o medo, a ansiedade e a raiva, que
são as piores, e as positivas, a esperança é a maior delas, para viver melhor e produzir mais.
Emmanuel, muito antes, em “Pensamento e Vida”, já nos adverte sobre o controle das
emoções, dado o impacto que as mesmas proporcionam ao nosso corpo físico, via
perispírito, o que a ciência já tem comprovado largamente.
Segue-se que o QI nos mostra como funciona e como fazer, e o QE nos aponta como nos
comportar diante da vida.
Evidentemente, não se trata de tornar-se frio diante dos acontecimentos, mas sim tirar
proveito das emoções para viver melhor.
Ainda na década de noventa surgiu a idéia de que homem é portador de inteligências
múltiplas, e que todas são passíveis de serem desenvolvidas, embora seja natural a que
umas se mostram mais avantajadas do que outras.
Mas é no final do século vinte que aparece, com mais ênfase, a idéia de que o que falta no
homem é desenvolver sua inteligência espiritual, para que possa se completar enquanto se
humano.
A física e filósofa Danah Zohar desenvolveu amplo trabalho nesse sentido, e talvez tenha se
tornado a maior porta voz da "Inteligência Espiritual", ou QS, em inglês, dizendo que é
preciso se questionar se queremos vivenciar esta ou aquela situação, ou seja, se vale a pena
enquanto seres humanos talhados para a extrapolar a materialidade em direção à
subjetividade da moral superior.
A Dra. Danah identifica algumas características das pessoas desenvolvidas ou em
desenvolvimento espiritual: praticar o autoconhecimento, não temer as adversidades, pensar
no todo, praticar saudavelmente o "por quê?", ter compaixão, etc.
Para nós, espíritas, essas características não são novidades.
Há cento e cinquenta e três anos a Doutrina Espírita vem nos conduzindo a esse
entendimento, apontando-nos como alcançá-lo, explicando-nos os mecanismos da vida,
suas leis, baseada na perfeita interpretação do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, nas
obras de Kardec, e também nas obras subsidiárias.
Não se trata, porém, de abandonarmos o desenvolvimento dos QI e QE, mesmo porque o
espírito, enquanto princípio inteligente, caminha, inexoravelmente, à perfeição, o que
significa desenvolver-se por completo. É o que podemos inferir da orientação do Espírito
da Verdade quando nos aponta o "amai-vos e instrui-vos", sem nos direcionar a esse ou
aquele ponto preferencialmente.
Finalmente, podemos deduzir que ser inteligente, na Terra, é seguir as orientações
evangélicas, tais como o perdoar, ceder, socorrer, enfim, trabalhar no Bem e para o Bem,
tirando proveito, espiritualmente, de todas as situações em que venhamos experimentar,
para progresso de nossos espíritos.
Pensemos nisso.
Navarro
C. E. Francisco Cândido Xavier
S. J. do Rio Preto
ESQUECIMENTO DO PASSADO
Tendo vivido muitas experiências reencarnatórias, seria lícito lembrar todos os acontecimentos passados ou pelo menos os fatos marcantes.
Por que esquecemos o passado? Fazemos um adendo para citar o que diz o professor e fisiologista Arthur C. Guyton: ..."Se nossas mentes tentassem lembrar-se de todas essas informações, a capacidade de memória do cérebro seria excedida em minutos. Felizmente, porém, o cérebro tem a capacidade peculiar de aprender a ignorar informações que não sejam importantes.¹". Assim, entendemos que o homem 'não tem cabeça' para armazenar todas as informações. Em linguagem jocosa, diríamos que nossa memória RAM não suporta tal acúmulo de informações, e isso nos referindo apenas à vida presente.
A esse respeito, encontramos n'O Livro dos Espíritos, questão 392, uma explicação bastante clara, capaz de elucidar o porquê de não termos memória para as vivências passadas e dos períodos em que estivemos na erraticidade. Os espíritos dizem que as lembranças do passado fragilizariam o homem, uma vez que este se deslumbraria com elas. O esquecimento do passado o faz sentir-se mais senhor de si. ...O Espírito reencarnado registra clara e conscientemente apenas o que passa pelos cinco sentidos – tato, paladar, olfato, audição e visão.² Comparando as respostas da ciência e da filosofia espírita, encontramos um ponto de convergência no tocante à importância dessas lembranças. Uma vez que a nossa reencarnação, na maioria das vezes, se dá com o objetivo de evoluirmos mediante as aquisições morais e intelectuais adquiridas, o que importa, de fato, são as experiências que ficam registradas em nós. Muito nos embaralhariam lembranças que nos fizessem sentir a diferença entre o ontem e o hoje: no passado, um rei; no presente, um simples operário; no passado remoto, a prostituta; no presente a mulher que idealiza um lar seguro e digno. E como sabemos que nossa ascenção sempre se faz em sentido crescente, pouco teríamos a nos orgulhar de nosso passado. Muitas pessoas procuram, inadvertidamente, saber o que foram. Mas estamos preparados para saber? E o que faríamos com tais descobertas? Temos aprendido que para ter uma visão, sem pormenores, a respeito do nosso passado, bastar-nos-á estudar o que somos: nossos desejos, tendências, nossa forma de agir e reagir nas mais variadas ocasiões. Aí, sim, saberemos o que fomos, mas principalmente, entenderemos o que devemos ser.
Outro ponto importante, digno de nota, é que os opositores da lei de reencarnação muito se riem, quando se referem aos que creem em vidas passadas ao afirmarem que estes só dizem que foram reis e rainhas, príncipes e princesas, enfim, ninguém quer ter sido um servidor humilde. É bem próprio de sua ignorância pois o conhecimento do passado ou de parte dele - que algumas vezes nos é permitido entrever - só nos deve agradar pelo que fomos e não pelo que tivemos. Reis, rainhas e afins, todos muito erraram, e o poder do qual estavam investidos na maioria das vezes foi instrumento de quedas espetaculares, portanto o que tivemos não é de forma alguma motivo de orgulho. Só o que fizemos em benefício real por nós próprios e pelas criaturas é o que nos dignifica.
Aproveitemos as oportunidades do hoje, com os intrumentos que o Senhor nos oferece, sem a preocupação de resgatar o passado, mas com vistas às glórias do porvir. Construamos, hoje, um presente de muito trabalho e de renúncia, orvalhado de serena alegria para que a felicidade perene nos envolva a todos.
Com os votos de muita paz da companheira de ideal cristão, presentemente vinculada às fileiras espiritistas, sempre com Jesus.
Rita Mercês
Centro Espírita Allan Kardec
1. GUYTON, Arthur C. Neurociência Básica: Anatomia e Fisiologia. 2ª ed. RJ:Editora Guanabara Koogan SA, 1993.
2. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.
Amai os vossos inimigos
Jesus nos ensina, há mais de dois mil anos, a Lei de amor que Ele próprio vivenciou deixando-nos o exemplo luminoso desse ensinamento. Quando questionado por um doutor da lei sobre qual o maior mandamento, Ele responde que o maior mandamento da Lei é Amar a Deus sobre todas as coisas e disse em seguida que nos deixaria um segundo mandamento semelhante ao primeiro que consistia em Amar o próximo como a si mesmo.
O Divino Mestre, também, nos disse que deveríamos amar os nossos inimigos, porque se somente amassemos aqueles que nos amam não estaríamos fazendo nada além do nosso dever. E se aspiramos à glória da vida eterna devemos ver em todos os seres reencarnados irmãos em marcha evolutiva, assim como nós mesmos. Logo devemos estender esse amor ao próximo até àqueles irmãos que nos querem ofender, pois, somos todos filhos de Deus, buscando entre quedas e tropeços fazer brilhar a nossa luz interior.
O amor que o Cristo nos recomenda, ainda não temos condições de exercitá-lo em sua total pureza, pois trazemos em nosso íntimo muitas imperfeições adquiridas nas muitas experiências reencarnatórias. Porém, quando Jesus nos recomenda amar os nossos inimigos Ele diz que devemos retribuir o mal com o bem, perdoar as ofensas.
O Cristo nos amou mesmo sabendo de todos os sofrimentos que nossa pequenez e grande ignorância O faria passar. E por amor pede ao Pai que nos perdoe a ignorância, o orgulho, pois compreendia o momento espiritual em que nos encontrávamos.
E mesmo com todos esses ensinos nós seres “humanos” continuamos agindo com grande desumanidade para com nossos semelhantes, quando ainda hoje pagamos o mal com o mal, buscamos a vingança ao invés de nos reconciliarmos com nossos irmãos, nutrimos sentimentos negativos para aqueles que nos querem ofender.
Quando tivermos maturidade espiritual suficiente para compreendermos a grandiosidade do perdão então teremos compreendido o que Jesus quis dizer com o amais os vossos inimigos, pois somente perdoando estaremos nos livrando das amarras que nos prendem aos planos inferiores da vida.
Um sábio persa nos diz, também, que devemos ser como o sândalo que perfuma o machado que o fere. Perdoa, ame, retribua o mal com o bem, ore por aqueles que não vos queira bem.
Portanto, afastemos a sombra densa da ignorância que nos envolve, exemplificando os ensinamentos de Jesus e assim ascendendo a nossa luz interior, que clareará o caminho que nos conduzirá ao encontro Dele.
Muita paz e que Jesus, nosso Mestre, nos envolva em muita luz e amor.
Frederico Cavalcante Guerra
Centro Espírita Esperança e Caridade – SJRio Preto
O Espiritismo no tempo
O Espiritismo, doutrina que cumpre o papel de consolador prometido por Jesus, vem lançar luz e consolação à humanidade, pois, em seu tríplice aspecto, religioso, filosófico e científico, domina todas as áreas do pensamento humano, dando, assim, a chave para todos os enigmas que afligem o homem nos variados setores do conhecimento.
Não é de origem humana. É uma Revelação de origem espiritual, e que esperava apenas o amadurecimento intelecto-moral da humanidade para se manifestar de forma mais ostensiva. Mais ostensiva, porque os Espíritos que são os agentes inteligentes da Natureza sempre se comunicaram com os homens; mas nunca como no século dezenove, causando, inclusive, uma certa turbulência em certos países da Europa e da América, chamando a atenção de multidões de curiosos, mas também de alguns sábios da época, como foi o caso do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, que se utilizou, em seu trabalho na Doutrina, do pseudônimo Alan Kardec.
Kardec estudou profundamente os fenômenos físicos e intelectuais provocados pelos espíritos, e percebeu que por detrás de tudo aquilo que presenciava estava algo extraordinário, de natureza extra-física, desconhecido até então, porém pertencente à Natureza. Interrogou fortemente os espíritos comunicantes e descobriu que eram nada mais senão as almas dos homens que já haviam morrido. Analisou tudo racionalmente e formou, assim, um corpo de doutrina, denominada Espiritismo.
Muitos da época, já cansados de dogmas, de fórmulas, de falsas promessas, para se alcançar a salvação, viram na nova Doutrina uma grande luz, e se maravilharam... Pois nela perceberam a volta do grande e incomparável Mestre Galileu. Não pessoalmente, mas eram seus ensinos que ressurgiam: de forma simples, meiga e bela, como há dois mil anos, às margens do Genezaré, depois de longos séculos escondidos atrás de escusos interesses mundanos.
Hoje, após cento e cinqüenta e tres anos de Codificação, continuam ainda os interesses subalternos em torno do Evangelho: fórmulas salvacionistas, tributos e tudo mais para se alcançar o Céu. No entanto, aquele que estuda o Espiritismo se conscientiza que os valores do espírito devem estar acima da matéria; que a vida física é apenas um curto momento na eternidade; que o amor ao próximo é condição necessária à conquista da felicidade; que o Céu prometido por Jesus está na intimidade de cada um e não em um lugar circunscrito no Universo. Portanto, não mais sacrifícios físicos, nem comércio com Deus. A grande luta do homem deve ser realizada dentro de si mesmo.
Eis o grande triunfo do Espiritismo, na condição de Consolador: chamar o homem à observância da lei de Deus, na essência, como ensinara Jesus.
Gilberto Pardim Milla
Centro Espírita Orlando P. Gomes, Jardim Del Rey
DEUS FAZ MILAGRES?
Amigo leitor, é de suma importância entendermos o que significa, por exemplo, a frase: “Aconteceu um milagre em minha vida.” Se extrairmos o espírito da letra, de forma filosófica, podemos entender a frase no sentido de que alcançamos algo de muito bom. Mas, se analisarmos de forma literal, como é o costume, genericamente falando, podemos afiançar que de acordo com a Doutrina Espírita, há um grande equívoco. Razão de nosso título de forma interrogativa.
Pois bem, no Livro A Gênese , no capitulo XIII – Os Milagres Segundo o Espiritismo, encontramos uma definição lógica e completa sobre o assunto e que neste pequeno espaço comentaremos apenas alguns pontos sobre o questionamento: Diz na obra: “em sua acepção etimológica, a palavra milagre ( de “mirari”, admirar), significa: admirável, coisa extraordinária, surpreendente. A Academia Francesa, definiu essa palavra: Um ato do poder divino contrario às leis conhecidas da natureza.”
Na acepção usual, essa palavra perdeu, como tantas outras, sua significação primitiva, diz ainda, em A Gênese.
Por exemplo, a palavra sobrenatural, como é utilizada atualmente, isto é, tudo que o ocorre sem o conhecimento humano é sobrenatural. Perguntamos, o que é sobrenatural? A resposta é sobre a natureza ou superior a natureza. E o que está acima da natureza? O Espiritismo responde, somente Deus. Porque ELE é o Criador de todas as coisas. Segundo a questão numero um, em o Livro dos Espíritos, o mestre Allan Kardec, indaga aos Espíritos Superiores: “ o que é Deus?” Tem como resposta: “É a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”
Desta forma, caro leitor, não existe o sobrenatural, o que existe realmente são leis naturais, ou seja, forças da natureza que o ser humano ainda desconhece, mas que são leis naturais. Como a eletricidade, sabemos que existe, mas não a vemos, apenas vemos o seu efeito.
Se Deus, fizesse milagres como muitos pessoas ainda entendem, o próprio Criador estaria derrogando suas leis. De duas, uma: ou ele entendeu que algo estava errado (o que então não seria Deus, porque Ele é a perfeição absoluta) ou o assunto foi mal entendido ou desvirtuado.
A Doutrina Espírita, vem então, esclarecer este equívoco, afirmando: “Os milagres não são necessários para a gloria de Deus; nada no universo se afasta das leis gerais. Deus não faz milagres, porque, sendo suas Leis perfeitas, ele não tem necessidade de as derrogar.
Vamos estudar? Vamos refletir? Muita paz a todos.
Antonio Tadeu Minghin
Centro Espírita Dr. Mariano Dias
Penápolis-SP
Seja feita a Tua vontade!
Quando nos comprometemos com Deus a fazer-LHE a vontade, notadamente nos momentos da oração, quase invariavelmente desprezamos o sentido real desse compromisso.
Bastará a Vida oferecer-nos oportunidades de reajuste ignorando a nossa vontade que, imediatamente nos sentiremos infelizes. Queixosos, questionaremos a divina sabedoria.
Vezes sem conta, buscamos a satisfação dos desejos, das sensações do corpo, dos caprichos de todos os matizes e nesse afã olvidamos a mensagem que nos convida a fazer a vontade do Senhor, ainda que contrariados.
O orgulho e o egoísmo, que se constituem a gênese de todas as nossas quedas morais, quando permitimos que se sobreponham à razão, dão-nos falsa ideia de nossas verdadeiras necessidades.
No exame oportuno de nossos desacertos, assim nos situamos:
* ao recebermos uma ofensa, defendemo-nos usando o mesmo artifício;
* um pedido negado redunda certamente em revolta;
* uma dieta imposta, o desprezo pela ocasião de aprender alimentar-se com segurança;
* um amigo que deserta, a facilidade de esquecimento de suas virtudes;
* a doença que nos visite, cobrança imediata do remédio para efeitos;
* um negócio lucrativo que não se concretiza, espaço aberto para o desalento...
Nos momentos tormentosos a orientação cristã sinaliza temperança, equilíbrio, uso da inteligência. É imperativo serenar nossas emoções, buscando refúgio seguro na prece, pavimentando uma ponte de luz entre nós, que representamos a necessidade, e o socorro divino, que nos aguarda a rogativa humilde.
E, por fim, sempre que dissermos “seja feita a Tua vontade”, calemos nossas inquietações, aprendendo no exercício da renúncia identificar a vontade Dele.
Muita Paz!
Centro Espírita Allan Kardec
Rita Mercês