sábado, 11 de setembro de 2010

LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER






Solidão Aparente

Livro: Lindos Casos de Chico Xavier
Ramiro Gama
    Em meados de 1932, o "Centro Espírita Luiz Gonzaga" estava reduzido a um quadro de cinco pessoas, José Hermínio Perácio, D. Cármen Pena Perácio, José Xavier, D. Geni Pena Xavier e o Chico.
    Os doentes e obsidiados surgiram sempre, mas, logo depois das primeiras melhoras, desapareciam como por encanto.
    Perácio e senhora, contudo, precisavam transferir-se para Belo Horizonte por impositivos da vida familiar.
    O grupo ficou limitado a três companheiros.
    D. Geni, porém, a esposa de José Xavier, adoeceu e a casa passou a contar apenas com os dois irmãos.
    José, no entanto, era seleiro e, naquela ocasião, foi procurado por um credor que lhe vendia couros, credor esse que insistia em receber-lhe os serviços noturnos, numa oficina de arreios, em forma de pagamento.
    Por isso, apesar de sua boa vontade, necessitava interromper a freqüência ao grupo, pelo menos, por alguns meses.
    Vendo-se sozinho, o Médium também quis ausentar-se.
    Mas, na primeira noite, em que se achou a sós no centro, sem saber como agir, Emmanuel apareceu-lhe e disse:
    - Você não pode afastar-se. Prossigamos em serviço.
    - Continuar como? Não temos freqüentadores...
    - E nós? - disse o espírito amigo. - Nós também precisamos ouvir o Evangelho para reduzir nossos erros. E, além de nós, temos aqui numerosos desencarnados que precisam de esclarecimento e consolo. Abra a reunião na hora regulamentar, estudemos juntos à lição do Senhor, e não encerre a sessão antes de duas horas de trabalho.
    Foi assim que, por muitos meses, de 1932 a 1934, o Chico abria o pequeno salão do Centro e fazia a prece de abertura, às oito da noite em ponto.
    Em seguida, abria o "Evangelho Segundo o Espiritismo", ao acaso, e lia essa ou aquela instrução, comentando-a em voz alta.
    Por essa ocasião, a vidência nele alcançou maior lucidez.
    Via e ouvia dezenas de almas desencarnadas e sofredoras que iam até o grupo, à procura de paz e refazimento.
    Escutava-lhes as perguntas e dava-lhes respostas sob a inspiração direta de Emmanuel.
    Para os outros, no entanto, orava, conversava e gesticulava sozinho...
    E essas reuniões de um Médium a sós com os desencarnados, no Centro, de portas iluminadas e abertas, se repetiam todas as noites de segundas e sextas-feiras.
    A Medicação pela Fé
    Livro: Lindos Casos de Chico Xavier Ramiro Gomes
      A moça abatida, num acesso de tosse, chegara ao "Luiz Gonzaga" com a receita médica.
      Estava tuberculosa.
      Duas hemoptises já haviam surgido como horrível prenúncio.
      O doutor indicara remédios, entretanto...
      - Chico, - disse a doente - o médico me atendeu e aconselhou-me a usar esta receita por trinta dias...
      Mas, não tenho dinheiro. Você poderia arranjar-me uns cobres?
      O Médium respondeu com boa vontade:
      - Minha filha, hoje não tenho... E meu pagamento no serviço ainda está longe...
      - Que devo fazer? Estou apavorada...
      Chico pensou, pensou, e disse-lhe:
      - Você peça à nossa Mãe Santíssima socorro e o socorro não lhe faltará.
      A que horas você deve fazer a medicação?
      - De manhã e à noite.
      - Então você corte a receita em sessenta pedacinhos.
      Deixe um copo de água pura na mesa, em sua casa e, no momento de usar o remédio, rogue a proteção de Maria Santíssima.
      Tome um pedacinho da receita com a água abençoada em memória dela e repetindo isso duas vezes por dia, no horário determinado, sem dúvida, pela fé, você terá usado a receita.
      A enferma agradeceu e saiu.
      Passado um mês, a moça surgiu no Centro, corada e refeita.
      - Oh! é você? - disse o Médium.
      - Sim, Chico, sou eu. Pedi o socorro de Nossa Mãe Santíssima. Engoli os pedacinhos do papel da receita e estou perfeitamente boa.
      - Então, minha filha, vamos render graças a Deus.
      E passaram os dois à oração.

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