terça-feira, 2 de agosto de 2011

LINDOS CASOS DE CHICO XAVIER







Humorismo Materno
Livro: Lindos Casos de Chico Xavier - 22
Ramiro Gama
    Em 1931, “mandar alguém para o inferno” constituía grave ofensa.
    E um dos missionários católicos que visitaram Pedro Leopoldo naquela época, no zelo com que defendia a Igreja Romana, falou do púlpito que o Chico, o Médium espírita que se desenvolvia na cidade, devia ir para o inferno.
    Chico, que freqüentara a Igreja desde a infância, ficou muito chocado.
    À noite, na reunião costumeira, aparece a progenitora desen­carnada e, reparando-lhe a inquietude, pergunta-lhe, bondosa o motivo da aflição que trazia.
    — Ah! estou muito triste, — disse o rapaz.
    — Por que?
    — Ora, o padre me xingou muito...
    — Que tem isso? Cada pessoa fala daquilo que tem ou da­quilo que sabe.
    — Mas a senhora imagine — clamou o Chico — que ele me mandou para o inferno...
    O Espírito de Dona Maria sorriu e falou:
    Ele mandou você para o inferno, mas você não vai. Fique na Terra mesmo.
    O Médium, ante o bom humor daquelas palavras, compreendeu que não convinha dar ouvidos às condenações descabidas.
    E o serviço da noite desdobrou-se em paz.
    Solidão Aparente
    Livro: Lindos Casos de Chico Xavier Ramiro Gama
      Em meados de 1932, o "Centro Espírita Luiz Gonzaga" estava reduzido a um quadro de cinco pessoas, José Hermínio Perácio, D. Cármen Pena Perácio, José Xavier, D. Geni Pena Xavier e o Chico.
      Os doentes e obsidiados surgiram sempre, mas, logo depois das primeiras melhoras, desapareciam como por encanto.
      Perácio e senhora, contudo, precisavam transferir-se para Belo Horizonte por impositivos da vida familiar.
      O grupo ficou limitado a três companheiros.
      D. Geni, porém, a esposa de José Xavier, adoeceu e a casa passou a contar apenas com os dois irmãos.
      José, no entanto, era seleiro e, naquela ocasião, foi procurado por um credor que lhe vendia couros, credor esse que insistia em receber-lhe os serviços noturnos, numa oficina de arreios, em forma de pagamento.
      Por isso, apesar de sua boa vontade, necessitava interromper a freqüência ao grupo, pelo menos, por alguns meses.
      Vendo-se sozinho, o Médium também quis ausentar-se.
      Mas, na primeira noite, em que se achou a sós no centro, sem saber como agir, Emmanuel apareceu-lhe e disse:
      - Você não pode afastar-se. Prossigamos em serviço.
      - Continuar como? Não temos freqüentadores...
      - E nós? - disse o espírito amigo. - Nós também precisamos ouvir o Evangelho para reduzir nossos erros. E, além de nós, temos aqui numerosos desencarnados que precisam de esclarecimento e consolo. Abra a reunião na hora regulamentar, estudemos juntos à lição do Senhor, e não encerre a sessão antes de duas horas de trabalho.
      Foi assim que, por muitos meses, de 1932 a 1934, o Chico abria o pequeno salão do Centro e fazia a prece de abertura, às oito da noite em ponto.
      Em seguida, abria o "Evangelho Segundo o Espiritismo", ao acaso, e lia essa ou aquela instrução, comentando-a em voz alta.
      Por essa ocasião, a vidência nele alcançou maior lucidez.
      Via e ouvia dezenas de almas desencarnadas e sofredoras que iam até o grupo, à procura de paz e refazimento.
      Escutava-lhes as perguntas e dava-lhes respostas sob a inspiração direta de Emmanuel.
      Para os outros, no entanto, orava, conversava e gesticulava sozinho...
      E essas reuniões de um Médium a sós com os desencarnados, no Ce

      O Presidente Frustrado

      Livro: Lindos Casos de Chico Xavier
      Ramiro Gama

        A primeira sessão espírita no lar dos Xavier realizou-se em maio de 1927.
        Em junho do mesmo ano, os companheiros dessa reunião cogitavam de fundar um núcleo doutrinário.
        Era preciso fundar um Centro - diziam.
        E, certa noite, num velho cômodo junto à venda de José Felizardo, onde o Chico era empregado, o assunto voltou a debate.
        Na assembléia, estavam apenas dois companheiros espíritas, contudo, junto deles, uma das pessoas, sentadas, bebiam e comiam animadamente.
        - Ah! um Centro Espírita? Boa idéia! - comentava-se.
        - Apressemos a fundação!
        - Faremos tudo por ajudar.
        - Será para nós um sinal de progresso.
        E, dentre as exclamações entusiásticas que explodiam surgiu a palavra de um cavalheiro respeitável, pedindo para que o Centro fosse instituído ali mesmo. Quem seria o Presidente? José Hermínio Perácio, o companheiro que acendera aquela nova luz do Espiritismo em Pedro Leopoldo, morava longe, a cem quilômetros de distância.
        - Assumo a responsabilidade. A fundação ficará por minha conta.
        Chamem o Chico. Ele poderá lavrar a ata de fundação. Serei o Presidente e ele terá as funções de Secretário.
        Depois de breve conversação, o grupo recebeu o nome de "Centro Espírita Luiz Gonzaga".
        Chico lavrou a ata que todos os presentes assinaram.
        Mas, na manhã imediata, o cavalheiro que chamara a si a Presidência, voltou à venda de José Felizardo e pediu para que seu nome fosse retirado da ata, alegando: - Chico, você sabe que sou de família católica e tenho meus deveres sociais. Ontem, aquele meu entusiasmo pelo Espiritismo era efeito do vinho. Se vocês precisarem de mim, estou pronto para auxiliar, contudo, não posso aceitar o encargo de Presidente.
        - Mas, e como ficaremos? - perguntou o Chico - eu sou apenas o Secretário.
        - Você faça como achar melhor, mas não conte comigo.
        E o Presidente saiu, deixando o Chico a pensar...

        Muita Paz
        Gilberto Adamatti
         


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