sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

NOVOS ARTIGOS


CUIDAR DOS NOSSOS IRMÃOS COM CARINHO, ATENÇÃO E AMOR, É COMUNGAR COM A LEI DIVINA!


“NÃO TE ENVERGONHES SE, ÀS VEZES, OS ANIMAIS ESTEJAM MAIS PRÓXIMOS DE TÍ DO QUE AS PESSOAS, ELES TAMBÉM SÃO SEUS IRMÃOS.”

Francisco de Assis
 


POR QUE MALTRATAR SEU IRMÃO?


 



Pois bem, amigo leitor, conforme nosso frontispício, queremos chamar à atenção dos amigos para a importância do assunto.
     Sim, os animais também são nossos irmãos. Portanto, cabe ao ser humano a responsabilidade, perante as Leis Divinas, de acolhê-los, ampará-los, dar-lhes carinho, alimentá-los, cuidar-lhes da saúde e mantê-los com amor, até o momento da sua grande viagem, ou seja, o retorno à pátria espiritual.
     E porque devemos ter este cuidado todo com um simples animal? Frase esta, que já ouvi diversas vezes. E a resposta, certamente, é a que a Doutrina Espírita nos ensina, ou seja:
-Ninguém pode negar que os animais também são criaturas de Deus: somente por esse fato, como irmãos maiores, teríamos o dever de respeitá-los, protegê-los e amá-los.
-O animal é um princípio espiritual e, portanto, sobrevive à morte do corpo físico.
-É uma criatura em evolução, isto é, está submetido à Lei da reencarnação.
-É um ser que tem livrearbítrio, ainda que limitado às suas necessidades físicas. E tem sentimentos: sente dor, sente medo, percebe quando é bem tratado e, igualmente, quando é maltratado.
      Portanto, conclui-se que, o ser humano para evoluir, necessita praticar o bem. A frase “fora da caridade não há salvação”, dita pelos Espíritos da Codificação ao mestre Allan Kardec, é bem expressiva e coloca a espécie humana na condição de exercê-la, obviamente, também aos nossos animais. E disse Jesus: “Quando o fizerdes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim estareis fazendo.”
      Caro leitor, participamos do recém criado “Grupo de Apoio Atitude e Consciência Animal”. Este grupo tem como objetivo resgatar os animais das ruas; tratá-los com ajuda veterinária, restituir-lhes a saúde e providenciar-lhes um lar, na busca de adotantes. Portanto, posso informá-los que, lamentavelmente, aqui em nossa cidade, o abandono, o desrespeito e a crueldade aos animais grassam de uma forma incrível! Portanto, o artigo de hoje, na verdade, é mais um apelo do que uma informação. Vamos pensar sobre isso e acima de tudo AGIR. Lembre-se: não existe animal de rua, e sim, animal abandonado. Por favor, nunca abandone o seu melhor amigo, ampare-o em sua velhice, assim você amigo leitor, estará comungando com as Leis Divinas!
Muita paz a todos!

Antonio Tadeu Minghin – Centro Espírita Dr.Mariano Dias –
Reuniões públicas: 2ª.-4ª. e 5ª.feira: 20h00


 PRINCÍPIO INTELIGENTE



Chama-nos a atenção, a quantidade de vezes em que aparece em O Livro dos Espíritos, em 
versão  eletrônica,  o  vocábulo  “Inteligência”.  Cento  e  quarenta  e  quatro  vezes,  quando  
“Amor”  aparece  oitenta  vezes,  e  “Princípio  Inteligente“,  que  é  a  definição  de  Espírito, 
dezesseis vezes. 
O  espírito,  que  é  criado  simples  e  ignorante,  e  que  tem  como  objetivo  a  perfeição,  está 
inserido na Lei do Progresso, o que significa desenvolver sua inteligência. 
O espírito Ferdinando, espírito protetor, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos fala 
da  missão  do  homem  inteligente  na  Terra,  primeiro  nos  alertando  que  por  mais  que 
saibamos, este saber  tem  limites muito estreitos na Terra, e em seqüência, que o uso deve 
ser para o bem de todos. 
Mas, o que é ser inteligente? 
O Homem  tem buscado  entender  e quantificar a  inteligência há muito  tempo, mas  foi no 
século XX que as pesquisas e descobertas se desenvolveram. 
Em  1905,  Alfred  Binet  e  Theodore  Simon  criaram  a  Escala  Binet-Simon,  usada  para 
identificar  crianças  com  deficiência no  aprendizado  escolar. Baixos  resultados  indicavam 
uma  necessidade  de  intervenção mais  aprofundada  dos  professores, mas  não  significava 
inabilidade para a aprendizagem. Alcançou enorme sucesso. 
Em 1912, Wilhelm Stern propôs o termo “QI” (quociente de Inteligência) para representar 
o nível mental, e  introduziu os  termos “idade mental” e “idade cronológica”, e o QI seria 
determinado pela divisão da  idade mental pela  idade cronológica. Com o passar dos anos, 
alguns ajustes ocorreram, e finalmente em 1939, David Wesheler criou o primeiro teste de 
QI para adultos. 
Durante  quase  todo  o  século  XX  o  Homem  maravilhou-se  com  o  QI,  e  o  utilizou 
largamente,  identificando os mais diversos níveis de  inteligência, endeusando, não poucas 
vezes, os portadores de altas pontuações, alçando-os a posições de destaques na sociedade, 
nos meios políticos  e profissionais,  e  relegando, quase  à marginalidade, os portadores de 
níveis normais e infranormais, quando não, manipulando-os segundo seus interesses. 
Mas, assim como as grandes  inteligências provocaram as grandes descobertas, produzindo 
o  progresso  tecnológico  humano,  produziram  também  catástrofes  em  larga  escala  –  as 
grandes e pequenas guerras, por exemplo, produzindo dores e prejuízos sem monta. E todos 
nós conhecemos pessoas inteligentíssimas que não são felizes, que possuem dificuldade de 
socialização, e outras simplórias, segundo a escala do QI, que  são felizes e fazem os outros 
felizes. 
Deduzimos então, que ser portador de alto índice de QI não é suficiente para dar ao homem 
o de que necessita para se sentir completo. Falta-lhe algo mais. 
Na  década  de  1990,  surgiu  um  outro  tipo  de  inteligência,  a  “Inteligência  Emocional”, 
denominada QE,  cujo  principal  defensor,  o  norte-americano Daniel Goleman,  trabalha  a 
idéia  de  que  o  controle  emocional  contribui  para  o  desenvolvimento  da  inteligência  do 
indivíduo, e que a  situação de violência e criminalidade do mundo de hoje   é  reflexo   da 
cultura que  se preocupou com o QI,  esquecendo-se do  lado  emocional do  ser humano. É 
preciso  trabalhar  as  emoções,  corrigindo  as  reações  instintivas,  utilizando-as 
inteligentemente, controlando e evitando as negativas, o medo, a ansiedade e a  raiva, que 
são as piores, e as positivas, a esperança é a maior delas, para viver melhor e produzir mais. 
Emmanuel, muito  antes,  em  “Pensamento  e  Vida”,  já  nos  adverte  sobre  o  controle  das 
emoções,  dado  o  impacto  que  as  mesmas  proporcionam  ao  nosso  corpo  físico,  via 
perispírito, o que a ciência já tem comprovado largamente. 

Segue-se que o QI nos mostra como funciona e como fazer, e o QE nos aponta como nos 
comportar diante da vida. 
Evidentemente,  não  se  trata  de  tornar-se  frio  diante  dos  acontecimentos,  mas  sim  tirar 
proveito das emoções para viver melhor. 
Ainda  na  década  de  noventa  surgiu  a  idéia  de  que  homem  é  portador  de  inteligências 
múltiplas,  e  que  todas  são  passíveis  de  serem  desenvolvidas,  embora  seja  natural  a  que 
umas se mostram mais avantajadas do que outras. 
Mas é no final do século vinte que aparece, com mais ênfase, a idéia de que o que falta no 
homem é desenvolver sua  inteligência espiritual, para que possa se completar enquanto se 
humano. 
A física e filósofa Danah Zohar desenvolveu amplo trabalho nesse sentido, e talvez tenha se 
tornado  a maior  porta  voz  da  "Inteligência Espiritual",  ou QS,  em  inglês,  dizendo  que  é 
preciso se questionar se queremos vivenciar esta ou aquela situação, ou seja, se vale a pena 
enquanto  seres  humanos  talhados  para  a  extrapolar  a  materialidade  em  direção  à 
subjetividade da moral superior. 
A  Dra.  Danah  identifica  algumas  características  das  pessoas  desenvolvidas  ou  em 
desenvolvimento espiritual: praticar o autoconhecimento, não temer as adversidades, pensar 
no todo, praticar saudavelmente o "por quê?", ter compaixão, etc. 
Para nós, espíritas, essas características não são novidades. 
Há  cento  e  cinquenta  e  três  anos  a  Doutrina  Espírita  vem  nos  conduzindo  a  esse 
entendimento,  apontando-nos  como  alcançá-lo,  explicando-nos  os  mecanismos  da  vida, 
suas leis, baseada na perfeita interpretação do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, nas 
obras de Kardec, e também nas obras subsidiárias. 
Não se  trata, porém, de abandonarmos o desenvolvimento dos QI e QE, mesmo porque o 
espírito,  enquanto  princípio  inteligente,  caminha,  inexoravelmente,  à  perfeição,  o  que 
significa desenvolver-se por completo. É o que podemos  inferir da orientação do Espírito 
da Verdade  quando  nos  aponta  o  "amai-vos  e  instrui-vos",  sem  nos  direcionar  a  esse  ou 
aquele ponto preferencialmente. 
Finalmente,  podemos  deduzir  que  ser  inteligente,  na  Terra,  é  seguir  as  orientações 
evangélicas,  tais como o perdoar, ceder, socorrer, enfim,  trabalhar no Bem e para o Bem, 
tirando  proveito,  espiritualmente,  de  todas  as  situações  em  que  venhamos  experimentar, 
para progresso de nossos espíritos. 
Pensemos nisso. 

Navarro 
C. E. Francisco Cândido Xavier 
S. J. do Rio Preto 

ESQUECIMENTO DO PASSADO



     Tendo vivido muitas experiências reencarnatórias, seria lícito lembrar  todos os acontecimentos passados ou pelo menos os fatos marcantes.
     Por que esquecemos o passado? Fazemos um adendo para citar o que diz o professor e fisiologista Arthur C. Guyton: ..."Se nossas mentes tentassem lembrar-se de todas essas informações, a capacidade de memória do cérebro seria excedida em minutos. Felizmente, porém, o cérebro tem a capacidade peculiar de aprender a ignorar informações que não sejam importantes.¹". Assim, entendemos que o homem 'não tem cabeça' para armazenar todas as informações. Em linguagem jocosa, diríamos que nossa memória RAM não suporta tal acúmulo de informações, e isso nos referindo apenas à vida presente.
     A esse respeito, encontramos n'O Livro dos Espíritos, questão 392, uma explicação bastante clara, capaz de elucidar o porquê de não termos memória para as vivências passadas e dos períodos em que estivemos na erraticidade. Os espíritos dizem que as lembranças do passado fragilizariam o homem, uma vez que este se deslumbraria com elas. O esquecimento do passado o faz sentir-se mais senhor de si. ...O Espírito reencarnado registra clara e conscientemente apenas o que passa pelos cinco sentidos – tato, paladar, olfato, audição e visão.² Comparando as respostas da ciência e da filosofia espírita, encontramos um ponto de convergência no tocante à importância dessas lembranças. Uma vez que a nossa reencarnação, na maioria das vezes, se dá com o objetivo de evoluirmos mediante as aquisições morais e intelectuais adquiridas, o que importa, de fato, são as experiências que ficam registradas em nós. Muito nos embaralhariam lembranças que nos fizessem sentir a diferença  entre o ontem e o hoje: no passado, um rei; no presente, um simples operário; no passado remoto, a prostituta; no presente a mulher que idealiza um lar seguro e digno. E como sabemos que nossa ascenção sempre se faz em sentido crescente, pouco teríamos a nos orgulhar de nosso passado. Muitas pessoas procuram, inadvertidamente, saber o que foram. Mas estamos preparados para saber? E o que faríamos com tais descobertas? Temos aprendido que para ter uma visão, sem pormenores, a respeito do nosso passado, bastar-nos-á estudar o que somos: nossos desejos, tendências, nossa forma de agir e reagir nas mais variadas ocasiões. Aí, sim, saberemos o que fomos, mas  principalmente, entenderemos o que devemos ser. 
     Outro ponto importante, digno de nota, é que os opositores da lei de reencarnação muito se riem, quando se referem aos que creem em vidas passadas ao afirmarem que estes só dizem que foram reis e rainhas, príncipes e princesas, enfim, ninguém quer ter sido um servidor humilde. É bem próprio de sua ignorância  pois  o conhecimento do passado ou de parte dele - que algumas vezes nos é permitido entrever - só nos deve agradar pelo que fomos e não pelo que tivemos. Reis, rainhas e afins, todos muito erraram, e o poder do qual estavam investidos na maioria das vezes foi instrumento de quedas espetaculares, portanto o que tivemos não é de forma alguma motivo de orgulho. Só o que fizemos em benefício real por nós próprios e pelas criaturas é o que nos dignifica.

     Aproveitemos as oportunidades do hoje, com os intrumentos que o Senhor nos oferece, sem a preocupação de resgatar o passado, mas com vistas às glórias do porvir. Construamos, hoje, um presente de muito trabalho e de renúncia, orvalhado de serena alegria para que a felicidade perene nos envolva a todos.
     Com os votos de muita paz da companheira de ideal cristão, presentemente vinculada às fileiras espiritistas, sempre com Jesus.
Rita Mercês
Centro Espírita Allan Kardec
 1. GUYTON, Arthur C. Neurociência Básica: Anatomia e Fisiologia. 2ª ed. RJ:Editora Guanabara Koogan SA, 1993.
2. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos.




Amai os vossos inimigos




Jesus nos ensina, há mais de dois mil anos, a Lei de amor que Ele próprio vivenciou deixando-nos o exemplo luminoso desse ensinamento. Quando questionado por um doutor da lei sobre qual o maior mandamento, Ele responde que o maior mandamento da Lei é Amar a Deus sobre todas as coisas e disse em seguida que nos deixaria um segundo mandamento semelhante ao primeiro que consistia em  Amar o próximo como a si mesmo.
O Divino Mestre, também, nos disse que deveríamos amar os nossos inimigos, porque se somente amassemos aqueles que nos amam não estaríamos fazendo nada além do nosso dever. E se aspiramos à glória da vida eterna devemos ver em todos os seres reencarnados irmãos em marcha evolutiva, assim como nós mesmos. Logo devemos estender esse amor ao próximo até àqueles irmãos que nos querem ofender, pois, somos todos filhos de Deus, buscando entre quedas e tropeços fazer brilhar a nossa luz interior.
O amor que o Cristo nos recomenda, ainda não temos condições de exercitá-lo em sua total pureza, pois trazemos em nosso íntimo muitas imperfeições adquiridas nas muitas experiências reencarnatórias. Porém, quando Jesus nos recomenda amar os nossos inimigos Ele diz que devemos retribuir o mal com o bem, perdoar as ofensas.
O Cristo nos amou mesmo sabendo de todos os sofrimentos que nossa pequenez e grande ignorância O faria passar. E por amor pede ao Pai que nos perdoe a ignorância, o orgulho, pois compreendia o momento espiritual em que nos encontrávamos.
E mesmo com todos esses ensinos nós seres “humanos” continuamos agindo com grande desumanidade para com nossos semelhantes, quando ainda hoje pagamos o mal com o mal, buscamos a vingança ao invés de nos reconciliarmos com nossos irmãos, nutrimos sentimentos negativos para aqueles que nos querem ofender.
Quando tivermos maturidade espiritual suficiente para compreendermos a grandiosidade do perdão então teremos compreendido o que Jesus quis dizer com o  amais os vossos inimigos, pois somente perdoando estaremos nos livrando das amarras que nos prendem aos planos inferiores da vida.
Um sábio persa nos diz, também, que devemos ser como o sândalo que perfuma o machado que o fere. Perdoa, ame, retribua o mal com o bem, ore por aqueles que não vos queira bem.
Portanto, afastemos a sombra densa da ignorância que nos envolve, exemplificando os ensinamentos de Jesus e assim ascendendo a nossa luz interior, que clareará o caminho que nos conduzirá ao encontro Dele.
Muita paz e que Jesus, nosso Mestre, nos envolva em muita luz e amor.
Frederico Cavalcante Guerra
Centro Espírita Esperança e Caridade – SJRio Preto




O Espiritismo no tempo




O Espiritismo, doutrina que cumpre o papel de consolador prometido por Jesus, vem lançar luz e consolação à humanidade, pois, em seu tríplice aspecto, religioso, filosófico e científico, domina todas as áreas do pensamento humano, dando, assim, a chave para todos os enigmas que afligem o homem nos variados setores do conhecimento.
Não é de origem humana. É uma Revelação de origem espiritual, e que esperava apenas o amadurecimento intelecto-moral da humanidade para se manifestar de forma mais ostensiva. Mais ostensiva, porque os Espíritos que são os agentes inteligentes da Natureza sempre se comunicaram com os homens; mas nunca como no século dezenove, causando, inclusive, uma certa turbulência em certos países da Europa e da América, chamando a atenção de multidões de curiosos, mas também de alguns sábios da época, como foi o caso do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, que se utilizou, em seu trabalho na Doutrina, do pseudônimo Alan Kardec.
Kardec estudou profundamente os fenômenos físicos e intelectuais provocados pelos espíritos, e percebeu que por detrás de tudo aquilo que presenciava estava algo extraordinário, de natureza extra-física, desconhecido até então, porém pertencente à Natureza. Interrogou fortemente os espíritos comunicantes e descobriu que eram nada mais senão as almas dos homens que já haviam morrido. Analisou tudo racionalmente e formou, assim, um corpo de doutrina, denominada Espiritismo.
Muitos da época, já cansados de dogmas, de fórmulas, de falsas promessas, para se alcançar a salvação, viram na nova Doutrina uma grande luz, e se maravilharam... Pois nela perceberam a volta do grande e incomparável Mestre Galileu. Não pessoalmente, mas eram seus ensinos que ressurgiam: de forma simples, meiga e bela, como há dois mil anos, às margens do Genezaré, depois de longos séculos escondidos atrás de escusos interesses mundanos.
Hoje, após cento e cinqüenta e tres anos de Codificação, continuam ainda os interesses subalternos em torno do Evangelho: fórmulas salvacionistas, tributos e tudo mais para se alcançar o Céu. No entanto, aquele que estuda o Espiritismo se conscientiza que os valores do espírito devem estar acima da matéria; que a vida física é apenas um curto momento na eternidade; que o amor ao próximo é condição necessária à conquista da felicidade; que o Céu prometido por Jesus está na intimidade de cada um e não em um lugar circunscrito no Universo. Portanto, não mais sacrifícios físicos, nem comércio com Deus. A grande luta do homem deve ser realizada dentro de si mesmo.
Eis o grande triunfo do Espiritismo, na condição de Consolador: chamar o homem à observância da lei de Deus, na essência, como ensinara Jesus.


Gilberto Pardim Milla
Centro Espírita Orlando P. Gomes, Jardim Del Rey 

DEUS FAZ MILAGRES?





Amigo leitor, é de suma importância entendermos o que significa, por exemplo, a frase: “Aconteceu um milagre em minha vida.” Se extrairmos o espírito da letra, de forma filosófica, podemos entender a frase no  sentido de que alcançamos algo de muito bom. Mas, se analisarmos de forma literal, como é o costume, genericamente falando, podemos afiançar que de acordo com a Doutrina Espírita, há um grande equívoco. Razão de nosso título de forma interrogativa.
Pois bem, no Livro A Gênese , no capitulo XIII – Os Milagres Segundo o Espiritismo, encontramos uma definição lógica e completa sobre o assunto e que neste pequeno espaço comentaremos apenas alguns pontos sobre o questionamento: Diz na obra: “em sua acepção etimológica, a palavra milagre ( de “mirari”, admirar), significa: admirável, coisa extraordinária, surpreendente. A Academia Francesa, definiu essa palavra: Um ato do poder divino contrario às leis conhecidas da natureza.”
Na acepção usual, essa palavra perdeu, como tantas outras, sua significação primitiva, diz ainda, em A Gênese.
Por exemplo, a palavra sobrenatural, como é utilizada atualmente, isto é, tudo que o ocorre sem o conhecimento humano é sobrenatural. Perguntamos, o que é sobrenatural? A resposta é sobre a natureza ou superior a natureza. E o que está acima da natureza? O Espiritismo responde, somente Deus. Porque ELE é o Criador de todas as coisas. Segundo a questão numero um, em o Livro dos Espíritos, o mestre Allan Kardec, indaga aos Espíritos Superiores: “ o que é Deus?”  Tem como resposta: “É a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”
Desta forma, caro leitor, não existe o sobrenatural, o que existe realmente são leis naturais, ou seja, forças da natureza que o ser humano ainda desconhece, mas que são leis naturais. Como a eletricidade, sabemos que existe, mas não a vemos, apenas vemos o seu efeito.
Se Deus, fizesse milagres como muitos pessoas ainda entendem, o próprio Criador estaria derrogando suas leis. De duas, uma: ou ele entendeu que algo estava errado (o que então não seria Deus, porque Ele  é a perfeição absoluta) ou o assunto foi mal entendido ou desvirtuado.
A Doutrina Espírita, vem então, esclarecer este equívoco, afirmando: “Os milagres não são necessários para a gloria de Deus; nada no universo se afasta das leis gerais. Deus não faz milagres, porque, sendo suas Leis perfeitas, ele não tem necessidade de as derrogar.
Vamos estudar? Vamos refletir? Muita paz a todos.

Antonio Tadeu Minghin
Centro Espírita Dr. Mariano Dias
Penápolis-SP






Seja feita a Tua vontade!
   
    Quando nos comprometemos com Deus a fazer-LHE a vontade, notadamente nos momentos da oração, quase invariavelmente desprezamos o sentido real desse compromisso.
    Bastará a Vida  oferecer-nos oportunidades de reajuste ignorando a nossa vontade que, imediatamente nos sentiremos infelizes. Queixosos, questionaremos a divina sabedoria.
    Vezes sem conta, buscamos a satisfação dos desejos, das sensações do corpo, dos caprichos de todos os matizes e nesse afã olvidamos a mensagem que nos convida a fazer a vontade do Senhor, ainda que contrariados.
    O orgulho e o egoísmo, que se constituem a gênese de todas as nossas quedas morais, quando permitimos que se sobreponham à razão, dão-nos falsa ideia de nossas verdadeiras necessidades.
    No exame oportuno de nossos desacertos, assim nos situamos:
* ao recebermos uma ofensa, defendemo-nos usando o mesmo artifício;
* um pedido negado redunda certamente em revolta;
* uma dieta imposta, o desprezo pela ocasião de aprender alimentar-se com segurança;
* um amigo que deserta, a facilidade de esquecimento de suas virtudes;
* a doença que nos visite, cobrança imediata do remédio para efeitos;
* um negócio lucrativo que não se concretiza, espaço aberto para o desalento...
   Nos momentos tormentosos a orientação cristã sinaliza temperança, equilíbrio, uso da inteligência. É imperativo serenar nossas emoções, buscando refúgio seguro na prece, pavimentando uma ponte de luz entre nós, que representamos a necessidade, e o socorro divino, que nos aguarda a rogativa humilde.
    E, por fim, sempre que dissermos “seja feita a Tua vontade”, calemos nossas inquietações, aprendendo no exercício da renúncia  identificar a vontade Dele.       

Muita Paz!
Centro Espírita Allan Kardec
Rita Mercês

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